A Selic — taxa básica de juros da economia brasileira — é um indicador que afeta diretamente diversos aspectos econômicos, como o custo do crédito e os investimentos. Em setembro de 2024, após um período de quedas, o Banco Central optou por elevar o percentual da taxa.
A mudança reflete as preocupações com a inflação e outros fatores econômicos, gerando expectativas sobre seus efeitos no consumo, no mercado financeiro e nas decisões de Overseas. Assim, entender o que a alteração significa é essencial para quem deseja fazer escolhas embasadas.
Quer saber por que houve mudança na Selic no terceiro bimestre de 2024 e quais são os seus impactos? Continue a leitura e confira!
O que é a taxa Selic?
Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, administrado pelo Banco Central (Bacen). O sistema registra, custodia e liquida os títulos de emissão do Tesouro Nacional. Já a taxa Selic é a taxa básica de juros da economia no Brasil, determinada pelo Banco Central, por meio do Comitê de Política Monetária (Copom).
Ela tem um papel relevante no mercado financeiro, já que influencia diretamente os juros cobrados em operações como financiamentos e empréstimos. Nesse cenário, o Bacen utiliza a Selic como ferramenta para regular a economia.
Quando a autoridade monetária eleva a taxa, os juros em geral tendem a aumentar. Se a Selic cai, os juros das operações financeiras também costumam diminuir.
Como a taxa básica de juros funciona?
Você viu que a Selic é uma ferramenta de controle econômico do Bacen. A definição do percentual da taxa básica é realizada pelo Copom.
O órgão geralmente se reúne a cada 45 dias para analisar as condições da economia, como inflação, crescimento e o cenário do mercado financeiro. Com base nas avaliações, o comitê define uma meta para a Selic, ajustada ao longo do tempo conforme os efeitos das decisões.
O objetivo é manter um equilíbrio entre o controle da inflação e o crescimento econômico. Se a inflação está alta, por exemplo, o comitê pode aumentar a Selic para encarecer o crédito e reduzir o consumo.
Já em um cenário de baixo crescimento, o Copom tem a opção de diminuir a taxa para estimular a economia. Quando o comitê estabelece a meta, o mercado financeiro ajusta os juros das operações diárias para que a taxa praticada se aproxime da Selic.
O que significou a alteração da taxa Selic de setembro de 2024?
Agora que você entendeu como a Selic funciona, é o momento de compreender a alteração realizada em 18 de setembro de 2024. Nessa decisão, o Copom aumentou a taxa em 0,25 ponto percentual.
Com a elevação, a Selic alcançou 10,75% ao ano, refletindo uma resposta do Bacen às pressões econômicas — como a alta do dólar e as incertezas em torno da inflação. O ajuste marca o primeiro aumento dos juros em mais de 2 anos e era esperado pelo mercado financeiro.
Entre os fatores que justificaram a alta, estão a resiliência da atividade econômica — ou seja, o crescimento contínuo da economia e as pressões no mercado de trabalho.
O Copom também apontou o hiato do produto positivo. O termo descreve o fenômeno em que a economia se aproxima de uma situação em que a demanda pode superar a capacidade de produção, aumentando a pressão sobre os preços — com risco de elevar a inflação.
Outro ponto importante foi a desancoragem das expectativas de inflação, sugerindo que o mercado projeta um índice inflacionário acima das metas estabelecidas. O cenário levou o Bacen a agir para tentar conter o aumento dos preços.
O comunicado do Copom deixou em aberto a duração e a intensidade do ciclo de alta. Porém, o comitê indicou que os futuros ajustes na Selic dependem da evolução da inflação e da economia, especialmente de componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária.
Quais são os impactos esperados do aumento da taxa básica de juros?
Agora que você sabe o que levou ao aumento da Selic em setembro de 2024, precisa entender os impactos esperados da mudança. Assim, é possível se preparar para os eventuais efeitos da decisão do Copom.
Entenda em detalhes!
Tempo para os impactos serem sentidos
Embora o Bacen estime que os efeitos de uma mudança na Selic levem entre 6 e 9 meses para serem sentidos na economia, certos impactos podem ser percebidos mais rapidamente. Pequenas operações de crédito costumam repassar os aumentos de juros em até 30 dias após a alteração da Selic.
Entre elas, estão o cartão de crédito e o cheque especial, já que os bancos logo ajustam suas tabelas de taxas. No entanto, operações de maior porte, como financiamentos de imóveis, demoram mais para refletir as mudanças, devido à natureza de longo prazo das transações.
Impactos sobre os consumidores
Mesmo sendo pequeno, existe a possibilidade de um aumento da Selic resultar na redução do poder de compra da população. A razão é que o crédito mais elevado também tende a aumentar o preço de bens e serviços — movimento esperado justamente para diminuir o consumo e a inflação.
Além disso, há chance de os consumidores endividados sentirem a elevação do custo do endividamento. Como resultado, tende a haver uma redução do poder de compra das famílias que precisam destinar uma parte maior de sua renda para quitar os débitos.
Impactos no mercado financeiro
No mercado financeiro, o aumento da Selic geralmente provoca uma atratividade maior de novos investimentos de renda fixa. O fenômeno ocorre porque essas alternativas costumam ter a taxa como base para o pagamento de rendimentos aos investidores.
Logo, quando a Selic aumenta, novos títulos de renda fixa tendem a oferecer retornos mais elevados. Por outro lado, as empresas — especialmente as que dependem de crédito para se expandir — podem sofrer com o aumento do custo de financiamento.
Neste artigo, você entendeu como se deu o aumento da taxa básica de juros e quais são os seus possíveis impactos na economia, no mercado financeiro e na vida dos consumidores. Agora, vale a pena acompanhar a Selic para fazer escolhas que possam minimizar efeitos negativos e aproveitar as oportunidades que a alta dos juros oferece.
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