Existem diversas maneiras de investir no mercado financeiro brasileiro — e uma delas é o FIDC (fundo de investimento em direitos creditórios). Embora esse não seja um investimento tão conhecido quanto outros tipos de fundos, ele pode trazer oportunidades que vale a pena considerar.
Afinal, esse veículo de investimento permite acessar alternativas que, muitas vezes, não estão disponíveis para quem investe por conta própria. Logo, com um FIDC, você tem a chance de ampliar o nível de diversificação da sua carteira e potencializar os seus resultados.
Quer descobrir se vale a pena investir na alternativa? Confira neste artigo como funciona e por que investir em um fundo de investimento em direitos creditórios!
O que são os FIDCs?
Os FIDCs são uma modalidade de investimento coletivo voltada à exposição do capital do investidor a direitos creditórios. Contando com a gestão de um profissional do mercado, esse tipo de fundo adiciona ao portfólio uma série de recebíveis de diferentes tipos.
Em geral, os recebíveis são direitos de obter pagamentos futuros provenientes de operações como vendas a prazo, empréstimos, financiamentos, cheques e notas promissórias. Quem deseja participar de um FIDC precisa comprar suas cotas no mercado.
Um detalhe é que, até 2023, os FIDCs somente podiam ser acessados por investidores qualificados. Então apenas pessoas com mais de R$ 1 milhão investido atestando a situação por escrito ou com certificação profissional para atuar no mercado financeiro estavam autorizadas a comprar suas cotas.
Agora, esses fundos podem ser abertos a todos os investidores. Para tanto, eles devem cumprir algumas regras adicionais previstas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Na prática, a mudança aumenta a acessibilidade a esses veículos financeiros.
Como funciona um FIDC?
Ao entender como os fundos de investimento em direitos creditórios funcionam, você tem mais embasamento para tomar suas decisões.
Conheça os principais detalhes sobre os FIDCs!
Estratégia
A principal estratégia adotada pelos FIDCs é o investimento em direitos creditórios emitidos a partir de processos de securitização. Por exemplo, uma construtora tem a opção de captar recursos com uma securitizadora para construir um prédio, antecipando os recebíveis de imóveis vendidos na planta.
A securitizadora adianta os pagamentos aplicando um pequeno deságio e, nessa hipótese, pode estruturar um CRI (certificado de recebíveis imobiliários), por exemplo. Os FIDCs costumam adquirir esses títulos de renda fixa, buscando gerar lucros para os seus cotistas.
Tipos de cotas
Os FIDCs são estruturados com dois tipos de cotas: seniores e subordinadas. As cotas seniores têm prioridade no recebimento de valores durante os resgates, geralmente, contando com menor risco.
Já as subordinadas assumem maior risco, por geralmente absorver perdas antes, mas podem ter lucros mais altos.
Rentabilidade
Como investimento, a função de um FIDC é gerar rendimentos para os seus cotistas. Considerando que esses fundos investem em direitos creditórios, a sua rentabilidade depende da qualidade e das características dos títulos comprados, além das estratégias adotadas pelo gestor.
É comum que um FIDC tenha as seguintes perspectivas de remuneração:
- prefixada: um percentual fixo;
- pós-fixada: que acompanha um indicador do mercado, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário);
- híbrida: formada por uma taxa fixa mais a variação de um indicador, a exemplo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) + 4%.
Assim, o gestor busca investir em direitos creditórios capazes de alcançar esses resultados. Além disso, o fundo pode ter ganhos com a diferença entre o preço de compra desses créditos e o montante recebido no futuro.
Por exemplo, suponha que um fundo compre uma duplicata de R$ 10.000,00 por R$ 8.000,00. Nesse cenário hipotético, o ganho de R$ 2.000,00, somado a eventuais correções monetárias e juros pagos pelos devedores, tende a contribuir para os seus resultados.
Prazos
Os prazos dos FIDCs variam, mas costumam seguir o ciclo de vencimento dos direitos creditórios adquiridos. Por essa razão, muitos desses fundos têm uma data de vencimento definida, administrando os recebíveis até que todos sejam liquidados ou quitados.
Contudo, há FIDCs com prazo indeterminado. Neles, os gestores compram direitos creditórios continuamente e adotam diferentes estratégias para buscar os resultados esperados.
Riscos
Sabendo um pouco mais sobre como funciona um FIDC, avalie seus pontos de atenção. Por ter um potencial de rentabilidade maior do que títulos de renda fixa convencionais, os riscos são diretamente proporcionais.
Entre os principais tipos estão:
- risco de crédito: refere-se à possibilidade de inadimplência dos devedores dos recebíveis. Se muitos deles atrasarem ou deixarem de pagar, o fundo pode sofrer perdas;
- risco de concentração: quando a carteira de um FIDC é concentrada em um tipo específico de direito creditório ou tem exposição excessiva a poucos devedores ou setores, os seus resultados costumam ser limitados;
- risco de liquidez: muitos FIDCs possuem baixa liquidez, o que significa que o investidor pode ter dificuldades para resgatar o capital antes do vencimento.
Custos
Os principais custos envolvidos nos FIDCs são a taxa de administração, a taxa de performance e os tributos. A primeira visa suprir despesas administrativas.
Já a taxa de performance remunera o trabalho do gestor quando o resultado do fundo supera um benchmark predefinido, seguindo algumas regras.
Em relação aos tributos, os ganhos dos investimentos retirados antes de 30 dias contam com cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A alíquota é decrescente e vai de 96% a 0%.
Quando o FIDC é classificado como entidade de investimento e direciona, no mínimo, 67% do portfólio a direitos creditórios, a alíquota do IR (Imposto de Renda) é de 15% para pessoas físicas.
Nos demais casos, o tributo incide regressivamente, de acordo com o prazo, e com incidência do come-cotas — antecipação semestral do IR.
Por que investir em FIDCs?
Muitos investidores têm dúvidas sobre os motivos para investir em FIDCs. É possível elencar diversas razões que tornam esse tipo de investimento interessante, dependendo dos seus objetivos e perfil de investidor.
Confira!
Rentabilidade atrativa
Os FIDCs são uma opção de investimento com potencial de rentabilidade atraente. Isso se deve, em grande parte, à estratégia de aquisição de direitos creditórios a um montante abaixo do nominal, podendo resultar em ganhos significativos quando os pagamentos são realizados.
Contudo, é importante que os investidores considerem as características específicas e os riscos inerentes aos FIDCs. Eles incluem a qualidade do crédito dos devedores e a liquidez do fundo, como visto.
Flexibilidade de estruturação
Outro benefício dos FIDCs é a flexibilidade de estruturação. O motivo é que os gestores podem montar carteiras com diferentes investimentos, oferecendo versatilidade na adequação do fundo a variadas necessidades e perfis.
Essa flexibilidade permite que os investidores escolham fundos que estejam em harmonia com o seu nível de abertura aos riscos e objetivos. Desse modo, você tem a chance de investir em alternativas alinhadas a suas expectativas de mercado e a seus horizontes de investimento.
Diversificação do portfólio
Investir em FIDCs traz a oportunidade de aumentar o nível de diversificação do seu portfólio. O motivo é que eles podem trazer resultados diferentes de outros investimentos, especialmente por estarem expostos ao mercado de direitos creditórios.
Ademais, é comum que os gestores desses fundos diversifiquem as aplicações para diminuir os riscos e aumentar o potencial de retorno. No entanto, é preciso verificar na lâmina do veículo financeiro a composição de sua carteira, já que existem FIDCs com portfólios menos diversificados.
Saída antecipada
Conta como vantagem dos FIDCs a possibilidade de sair do fundo antecipadamente, independentemente de ele ser de condomínio aberto ou fechado. A razão é que o investidor pode vender as suas cotas no mercado secundário, negociando-as com outro interessado.
Portanto, você não precisa esperar o vencimento do fundo para levantar os recursos. Mas tenha em mente que o resgate antecipado considera o preço atualizado pelo mercado, com chance de diminuir a rentabilidade obtida. A medida também depende da liquidez — que tende a variar.
Como investir em FIDCs?
Ao chegar até aqui, você já reúne um bom conhecimento sobre os FIDCs, mas ainda precisa aprender como investir nessas alternativas, se elas fizerem sentido na sua estratégia. O primeiro passo é avaliar o seu perfil de investidor e objetivos.
Esses fatores revelam quanto risco você aceita correr, além de facilitar a escolha do fundo mais adequado às suas metas. Adicionalmente, selecione o tipo de cota que faz mais sentido para você — sênior ou subordinada.
Para mitigar os riscos, confira a qualidade dos recebíveis presentes na carteira do fundo. Muitos FIDCs recebem notas de agências de rating (avaliação de risco), o que pode servir de orientação na hora da decisão.
Outro ponto relevante é entender as regras de resgate e as taxas cobradas pelo fundo. Afinal, esses são fatores capazes de influenciar a rentabilidade obtida, sendo importante escolher uma alternativa que consiga atender às suas necessidades.
Dê preferência a FIDCs com boa governança e auditoria externa. Uma possibilidade é buscar fundos que contem com a gestão de empresas conhecidas e com ampla experiência nesses veículos, como a Octante.
Atuamos de forma independente e possuímos grande expertise na estruturação de FIDCs. Por meio de análises fundamentalistas qualitativas e quantitativas, montamos carteiras diversificadas com foco na maximização do retorno ajustado ao risco para investidores.
Um de nossos fundos é o Cedar Octante, lançado em fevereiro de 2023, que conta com taxa de administração de 0,5% ao ano e sem taxa de performance. Embora ele esteja fechado para captações, vale acompanhar os fundos geridos pela Octante para não perder eventuais oportunidades.
Conclusão
Agora que você sabe o que é um fundo de investimento em direitos creditórios, acha que essa alternativa faz sentido no seu contexto? Em caso positivo, considere buscar FIDCs que contem com uma gestão qualificada e transparente.
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