Debêntures, certificado de recebíveis ou FIDCs: qual a melhor opção para captar recursos?

A sua empresa quer captar recursos no mercado de capitais? Entenda as principais alternativas e saiba como é possível escolher a melhor!

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Além das alternativas tradicionais no mercado de crédito, as empresas podem captar recursos via mercado de capitais para o seu planejamento financeiro. Debêntures, certificados de recebíveis (CRs) e fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) estão entre as principais possibilidades. 

Cada uma delas tem características próprias de funcionamento, com suas vantagens e pontos de atenção. Desse modo, vale a pena entender melhor como cada opção funciona para identificar a mais estratégica para o planejamento e a realidade da empresa.

Quer conhecer as características de debêntures, CRs e FIDCs para identificar a melhor opção para captar recursos? Acompanhe a leitura!

Por que captar recursos no mercado de capitais? 

A captação de recursos no mercado de capitais é uma alternativa estratégica para empresas que buscam financiamento fora dos meios tradicionais. Essa abordagem permite que elas ampliem suas fontes de recursos e fortaleçam sua imagem institucional.

A razão é que geralmente há exigências de transparência, governança e conformidade regulatória típicas do mercado de capitais. Em conjunto, elas contribuem para um ganho de credibilidade junto a investidores e parceiros.

Diferentemente do crédito bancário tradicional, as operações estruturadas no mercado de capitais oferecem flexibilidade. A empresa pode ter maior controle sobre as condições da captação — como prazos, taxas e garantias.

Outro benefício relevante é a diversificação das fontes de financiamento. Ao acessar o mercado de capitais, o negócio reduz sua dependência dos bancos e constrói uma estrutura financeira mais resiliente, o que é especialmente importante em períodos de incerteza econômica.

O que são e como funcionam as debêntures? 

As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas para captar recursos diretamente no mercado de capitais. Nessa operação, o empreendimento recebe uma quantia dos investidores e, geralmente, se compromete a devolvê-la com juros, em um prazo previamente acordado. 

Em vez de recorrer ao crédito bancário tradicional, a empresa estrutura a captação conforme suas necessidades, com mais flexibilidade nas condições da operação.

Saiba mais sobre a alternativa!

Funcionamento

A emissão de debêntures é permitida para sociedades anônimas não financeiras, tanto de capital aberto quanto fechado. Existem exceções, como companhias de arrendamento mercantil, securitizadoras, companhias hipotecárias e sociedades de propósito específico.

Contudo, apenas os títulos de empresas registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) podem ser distribuídos ao público em geral. No momento da emissão de uma debênture, a empresa define os principais termos da operação. 

Entre eles, há o montante a ser captado, o prazo de vencimento, a forma de remuneração, a frequência de pagamento dos juros e as garantias oferecidas ao investidor. O processo de emissão exige planejamento e adequação jurídica. 

O negócio deve prever essa possibilidade em seu estatuto social e seguir etapas como:

  • convocação da assembleia-geral de acionistas (para empresas de capital aberto);
  • registro da oferta na CVM;
  • escrituração da emissão em cartório.

Ademais, os títulos podem ser colocados em circulação por meio de oferta pública ou oferta restrita, dependendo do perfil dos investidores-alvo. Após a emissão, existe a possibilidade de as debêntures serem negociadas no mercado secundário, aumentando a liquidez do papel.

Advantages

Emitir debêntures é uma estratégia para acessar recursos com maior controle sobre prazos, custos e estrutura da dívida. Em comparação ao crédito bancário, a alternativa permite maior flexibilidade na negociação de condições.

Outro benefício é que as debêntures não envolvem diluição societária. Ao captar recursos dessa forma, os acionistas mantêm intacta sua participação no capital da empresa.

Adicionalmente, os recursos obtidos podem ser usados livremente para expandir operações, adquirir ativos, refinanciar passivos ou otimizar o caixa. Não há a obrigatoriedade de vinculação a um uso específico, como ocorre em certas linhas de crédito.

A exceção aqui fica por conta das debêntures incentivadas, que devem estar atreladas a projetos de infraestrutura. Ademais, a visibilidade adquirida no mercado tende a fortalecer a imagem institucional da empresa junto a investidores e parceiros, como você viu. 

Pontos de atenção

Apesar das vantagens, a emissão exige uma estrutura bem planejada. Há custos envolvidos com auditoria, assessoria jurídica, registro e acompanhamento regulatório. 

A empresa também assume obrigações com investidores, que devem ser cumpridas para minimizar riscos de crédito e evitar danos à imagem. Por fim, a oscilação das taxas de juros pode afetar o preço de mercado dos títulos ao longo do tempo, merecendo atenção especialmente em operações de longo prazo.

O que são e como funcionam os certificados de recebíveis?

Os certificados de recebíveis (CRs) são títulos de renda fixa lastreados em créditos que uma empresa tem a receber no futuro. Eles funcionam como uma forma de antecipar recursos, permitindo que a companhia transforme seus recebíveis em capital imediato.

Confira mais detalhes!

Funcionamento

Os CRs são estruturados por companhias securitizadoras, que adquirem os direitos creditórios das empresas e, com base neles, criam os títulos. Entre os recebíveis que podem servir de base para um CR, estão parcelas de vendas a prazo, faturas de cartão de crédito e duplicatas. 

Ao vender esses créditos, a empresa recebe o montante à vista (com um desconto acordado) e, em troca, transfere o direito de recebimento à securitizadora. Ela então emite os certificados para captação junto a investidores. 

Quem compra os CRs assume a posição de credor e passa a receber os pagamentos à medida que os devedores quitam suas obrigações. Ainda, os certificados de recebíveis podem ser de diferentes tipos, dependendo do setor de origem do crédito.

Além dos CRs mais amplos, há os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e do agronegócio (CRAs). Como os nomes indicam, eles são atrelados ao mercado de imóveis e ao agro, respectivamente. 

Advantages 

Para as empresas, recorrer à securitização por meio de certificados de recebíveis pode ser uma alternativa interessante para captar recursos. Um dos principais atrativos está na antecipação de créditos a receber, permitindo melhorar o fluxo de caixa e viabilizar projetos.

Outro ponto positivo é que a operação não afeta diretamente o endividamento do negócio. Como visto, ela se trata da venda de direitos creditórios e não da contratação de uma dívida com uma instituição financeira. 

No caso dos CRIs e CRAs, também há o incentivo tributário oferecido aos investidores pessoa física — a isenção de Imposto de Renda (IR) sobre os lucros. A característica tende a aumentar a atratividade desses papéis no mercado, facilitando a captação por parte das empresas desses setores. 

Pontos de atenção

No entanto, é necessário fazer um bom planejamento financeiro antes de optar pela securitização. O motivo é que a antecipação significa que o capital não entrará nas contas do negócio no futuro, o que deve ser considerado no orçamento. 

Além disso, a gestão deve manter uma boa organização documental e um histórico de recebíveis confiável. Isso ocorre porque a operação exige transparência e segurança jurídica para atrair investidores.

O que são e como funcionam os FIDCs?

Os FIDCs são fundos que investem majoritariamente em direitos creditórios de empresas. O principal objetivo é transformar esses recebíveis em liquidez, oferecendo uma alternativa de financiamento para os negócios.

Entenda!

Funcionamento

A operação dos FIDCs envolve uma cadeia bem definida. O processo começa quando uma empresa cede seus recebíveis para um fundo. Essa cessão pode ser feita diretamente ou por meio de uma securitizadora, que atua como intermediária no processo. 

A securitizadora adquire os direitos creditórios da empresa, agrupa esses ativos em carteiras e os repassa ao fundo. A administradora do FIDC é responsável por estruturar a carteira, estabelecer os critérios para aceitação dos créditos e coordenar a emissão de cotas para investidores. 

Esses investidores compram uma participação no fundo e, assim, geram os recursos a serem transferidos ao negócio que cedeu os recebíveis. O portfólio dos FIDCs pode ser composto por diversos tipos de direitos creditórios, a depender da sua estratégia. 

Advantages

Os FIDCs permitem que empresas convertam seus recebíveis em liquidez imediata. Ao antecipar esses direitos, elas conseguem fortalecer o caixa, manter a operação em ritmo contínuo e até investir no crescimento do negócio.

Outra vantagem é que, ao vender seus créditos à securitizadora ou ao fundo, a empresa transfere o risco desses pagamentos para os investidores. A prática reduz a exposição ao risco de inadimplência e melhora a gestão financeira.

Pontos de atenção

Já os pontos de atenção são similares aos dos certificados de recebíveis. Afinal, a qualidade da carteira de recebíveis é importante para o sucesso da operação. Por fim, o negócio precisa se planejar para não ser impactado com a falta desse capital antecipado no futuro. 

Como escolher o melhor para o planejamento financeiro da empresa? 

A dúvida entre debênture, CRI, CRA ou FIDC é comum para muitas empresas que querem captar recursos no mercado de capitais. O ponto de partida da decisão é mapear quais são os tipos de créditos que o empreendimento tem a receber. 

O objetivo é saber se são vendas recorrentes, contratos parcelados, recebimentos do varejo, do agronegócio ou do setor imobiliário. Essas informações ajudam a direcionar o modelo ideal de captação.

O destino dos recursos também influencia a escolha do instrumento. Como você aprendeu, cada um tem suas vantagens e pontos de atenção, adequando-se a diferentes momentos no planejamento da empresa.

Para otimizar o processo, vale a pena contar com parceiros como a Octante. Somos referência em estruturação de crédito desde 2008, com expertise comprovada em CRs, CRIs, CRAs e FIDCs, e podemos contribuir para o planejamento do negócio.

Neste conteúdo, você entendeu quais são as principais alternativas para captar recursos no mercado de capitais. Com esse conhecimento, fica mais fácil identificar a melhor solução para a empresa.

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Autor

Data

30 July 2025

Categoria

Asset Management

Capital Markets