Quem busca aplicações de renda fixa para investir costuma se deparar com diversas possibilidades. Entre elas, estão a nota comercial, os certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) e as debêntures. Essas alternativas apresentam semelhanças e diferenças entre si.
Por exemplo, elas coincidem quanto à ausência de cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e à previsibilidade de ganhos, com rendimento que pode ser prefixado, pós-fixado ou híbrido. Por outro lado, esses investimentos diferem em relação ao seu emissor e aos riscos.
Portanto, para montar sua carteira de investimentos, é preciso conhecê-los, certo? Continue a leitura e entenda as alternativas!
O que é nota comercial?
Imagine que uma empresa precisa pagar fornecedores antes do recebimento das vendas futuras. Ela tem a possibilidade de emitir uma nota comercial para captar recursos, garantindo a continuidade das operações. Dessa forma, o título é uma promessa de pagamento do emissor ao investidor.
Podem emiti-lo as sociedades anônimas não financeiras, sociedades limitadas e cooperativas do agronegócio. Na operação, a empresa se compromete a quitar um montante acordado em determinada data, que deve respeitar o limite de 360 dias.
Desse modo, o título representa um investimento de curto prazo. Em razão da ausência de garantias reais, as notas comerciais tendem a oferecer uma rentabilidade maior do que outros títulos para atrair investidores.
Assim, essa aplicação tem chances de representar uma alternativa lucrativa, dependendo dos seus objetivos. Contudo, antes de adquiri-la, é necessário avaliar a solidez financeira da emissora para avaliar seus riscos.
Quanto à liquidez, assim como os demais títulos abordados neste artigo, a nota comercial é negociável no mercado secundário. Portanto, seu resgate antes do prazo depende das dinâmicas do mercado e da existência de interessados na aquisição do investimento.
O que é certificado de recebíveis do agronegócio (CRA)?
Os CRAs são títulos de crédito lastreados em recebíveis do setor agropecuário. Diferentemente das notas comerciais, esses certificados são emitidos por securitizadoras. Elas transformam os direitos creditórios vinculados ao agronegócio em ativos negociáveis no mercado financeiro.
Os recebíveis podem incluir dívidas de produtores rurais, financiamentos agrícolas ou outros créditos relacionados à cadeia produtiva do setor. As empresas originalmente credoras cedem o direito de recebimento às securitizadoras e obtêm um pagamento com deságio — um desconto sobre a quantia original.
Em seguida, as securitizadoras estruturam e emitem os CRAs, permitindo que os investidores adquiram esses títulos e financiem indiretamente o agronegócio.
Para melhor compreensão, considere uma grande empresa do setor agrícola, como uma produtora de grãos. Ela concede prazos longos para seus clientes pagarem pelas vendas realizadas, mas precisa de capital imediato para financiar sua produção e expandir seus negócios.
Nesse caso, a empresa pode vender esses recebíveis — os montantes a serem quitados pelos clientes no futuro — para uma securitizadora. Então a adquirente agrupa os recebíveis e emite CRAs no mercado financeiro, permitindo que pessoas interessadas invistam nos títulos.
Esse modelo viabiliza que empresas do agronegócio antecipem receitas sem recorrer a empréstimos bancários. Por outro lado, os investidores acessam uma aplicação de renda fixa com isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.
Quanto aos prazos, eles são variados. Já os riscos da alternativa tendem a ser mais elevados do que de outros investimentos de renda fixa, exigindo cuidados. Por essa razão, a rentabilidade costuma ser atraente, mas depende das regras de cada título comercializado.
O que é debênture?
Uma debênture é um título de dívida de uma empresa ao investidor. Ela pode ser emitida exclusivamente por sociedades anônimas não financeiras, incluindo companhias do setor de infraestrutura e energia.
Esse título funciona como uma forma alternativa de captação de recursos no mercado privado. Por exemplo, uma empresa de infraestrutura pode emitir debêntures para expandir seus projetos. Desse modo, ela se compromete a retornar o investimento somado ao rendimento acordado.
Conforme você viu, assim como as notas comerciais e os CRAs, as debêntures não possuem cobertura do FGC. Entretanto, há chance de a opção oferecer outros tipos de garantias, como imóveis ou equipamentos. Além disso, esse é um tipo de investimento de médio a longo prazo.
Devido ao prazo mais estendido e aos riscos envolvidos, as debêntures geralmente oferecem rendimentos mais atrativos que outros títulos de renda fixa. Com isso, elas podem ser interessantes para quem deseja diversificar a carteira de investimentos.
Qual é o melhor investimento: nota comercial, CRA ou debênture?
Como você aprendeu, nota comercial, CRA e debênture são tipos diferentes de títulos de renda fixa. Eles apresentam semelhanças, mas funcionam de modo próprio, sendo indispensável saber diferenciar as alternativas na hora de investir.
A nota comercial oferece maior liquidez e prazos curtos. Por esse motivo, ela costuma ser procurada por quem busca resgates rápidos e está disposto a avaliar o risco de crédito de empresas.
Já os CRAs possibilitam exposição ao agronegócio com benefícios fiscais, mas demandam atenção ao desempenho do setor e à qualidade dos recebíveis.
Por sua vez, as debêntures geralmente têm prazos mais longos e maior potencial de rentabilidade. Dessa maneira, elas tendem a atender aos investidores que aceitam assumir riscos em troca da chance de alcançar retornos superiores.
Confira o que considerar ao investir!
Como analisar e escolher investimentos?
Ao avaliar as alternativas e decidir quais são as mais adequadas para você, fique atento aos seguintes pontos:
- avalie o perfil de risco: determine qual é a sua tolerância ao risco e escolha títulos que se encaixem no seu horizonte de investimento e objetivos financeiros;
- analise a tributação: saiba quais são os impostos que podem ser cobrados sobre seus investimentos, afetando a rentabilidade deles;
- considere a diversificação: investir em alternativas com prazos e riscos variados costuma reduzir os efeitos da volatilidade geral da sua carteira;
- estude as garantias e remunerações: analise as condições específicas oferecidas pelas aplicações, como tipo de remuneração e garantias, para fazer escolhas mais seguras;
- acompanhe o cenário econômico: fatores macroeconômicos, como inflação e taxas de juros, influenciam o rendimento de títulos.
Neste artigo, você conheceu alternativas de renda fixa e aprendeu qual é a diferença entre nota comercial, CRA e debênture. Com os conhecimentos adquiridos, você está apto a analisar os títulos disponíveis e encontrar aqueles que atendam aos seus objetivos.
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