A análise de investimentos, tanto na renda variável quanto na fixa, não deve se concentrar somente nos fundamentos e nos resultados de empresas e ativos. Também vale a pena entender melhor os setores da economia brasileira e como eles funcionam.
Isso acontece porque, naturalmente, cada área do mercado tem suas próprias características, com oportunidades e riscos distintos para os investidores. Desse modo, é interessante compreender a fundo o setor para tomar melhores decisões para sua carteira.
Neste artigo, você verá quais são os setores da economia brasileira que mais costumam atrair investidores e como incluir essa análise de áreas na sua estratégia.
Acompanhe a leitura!
Quais setores da economia brasileira mais atraem investidores?
A economia brasileira é bastante diversificada, com diversas áreas consideradas fortes. Entretanto, certos setores costumam se destacar, tanto pela sua representatividade histórica quanto pelas perspectivas futuras.
Confira os setores que mais tendem a atrair investidores!
Imobiliário
O setor imobiliário costuma despertar o interesse de diferentes perfis de investidores por se beneficiar de uma demanda constante. Afinal, há sempre pessoas e empresas buscando soluções no mercado imobiliário — como a compra e aluguel de imóveis.
Vale saber que o mercado imobiliário brasileiro se divide em segmentos, por exemplo:
- residencial: com imóveis para moradia, como apartamentos e casas, locados, financiados ou adquiridos à vista;
- comercial: contempla escritórios, galpões e estabelecimentos comerciais, demandados por empresas e investidores;
- logístico: envolve galpões e centros de distribuição, impulsionados pelo crescimento do e-commerce nos últimos anos;
- loteamentos: com a negociação de terrenos para valorização futura ou desenvolvimento imobiliário.
Esse setor ainda tende a atrair investidores pelo seu potencial de valorização. Historicamente, os imóveis tendem a ter seus preços ajustados no longo prazo, especialmente em áreas estratégicas e em crescimento.
Também há o fator de geração de renda. Investidores de imóveis costumam buscar uma fonte de renda passiva por meio de aluguéis residenciais ou comerciais. Como esses preços geralmente acompanham a inflação, há maior chance de proteção do poder de compra.
No entanto, a compra e venda de imóveis não é a única forma de investir no setor. Os investidores podem ter exposição por meio de fundos imobiliários (FIIs), por exemplo, negociados na bolsa de valores brasileira.
Mais opções são os títulos de dívida, como certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), e investimentos alternativos, como o crowdfunding imobiliário.
Financeiro
O setor financeiro também é considerado forte na economia brasileira. Diferentemente do que muitos podem pensar, essa área não se limita aos bancos. Também há corretoras de valores, seguradoras e diversas outras instituições financeiras ligadas ao segmento.
No Brasil, a área é altamente regulada pelo Banco Central (Bacen) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O objetivo é garantir mais transparência no funcionamento das instituições e gerar segurança para clientes e investidores.
Nos últimos anos, o mercado financeiro viveu diversas transformações com o avanço tecnológico. As fintechs e os bancos digitais se popularizaram oferecendo serviços financeiros inovadores com mais praticidade no cotidiano da população.
Assim, o setor costuma atrair investidores por conta do seu potencial de retornos. Uma das razões é que, mesmo em momentos de crise, as instituições financeiras continuam operando e prestando serviços essenciais.
Outro aspecto que costuma ser atrativo para os investidores são os dividendos. Grandes bancos brasileiros estão entre os maiores pagadores de proventos da bolsa, o que os transforma em uma alternativa para quem busca renda passiva regular — apesar de não haver garantia de que as distribuições se mantenham.
Energia
O setor de energia é considerado um dos mais estratégicos para a economia brasileira, garantindo o funcionamento das empresas e o bem-estar social. Logo, a área tende a atrair investidores devido à sua importância para o desenvolvimento econômico.
Porém, há outro fator que colabora com o interesse do mercado pelo setor de energia: a demanda por sustentabilidade. Com o avanço das metas globais com esse foco e a busca de matrizes energéticas mais limpas, projeta-se um potencial de expansão para empresas que atuam com fontes renováveis.
Entre os destaques nesse sentido, há a energia solar e a eólica. No Brasil, as políticas públicas de incentivo e a redução dos custos de produção podem impulsionar ainda mais esse setor. Por fim, o histórico de distribuição de ganhos de empresas do segmento é mais um fator a considerar.
Agronegócio
O agronegócio é um setor responsável por movimentar mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Os números são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O setor é um dos principais motores das exportações do país. Ademais, o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de commodities agrícolas, como soja, milho, café, carne bovina e açúcar.
Com os avanços tecnológicos, uma vasta extensão territorial e condições climáticas favoráveis, o agronegócio tende a conseguir manter o crescimento, podendo atrair investidores. De maneira similar ao mercado imobiliário, o agro conta com fundos de investimento ligados ao setor.
Eles são chamados de fundos de investimento em cadeias produtivas agroindustriais (Fiagros), que investem em terrenos, títulos do setor, empresas de capital fechado etc. Na renda fixa, investidores podem encontrar, por exemplo, certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs), ligados ao financiamento da atividade.
Como os ciclos de mercado influenciam seus investimentos?
Apesar de esses e outros setores da economia brasileira, como de mineração ou petróleo e gás, chamarem a atenção de investidores, isso não significa que os investimentos são isentos de risco. Todos eles ficam expostos, por exemplo, aos ciclos de mercado.
Os ciclos representam movimentações naturais do mercado, ocorrendo devido a fatores econômicos, políticos e comportamentais, afetando desde ações até commodities e títulos de renda fixa. Eles contam com fases de expansão, seguidas de períodos de queda e, posteriormente, recuperação.
Durante a expansão, o mercado de ações, por exemplo, costuma apresentar alta, favorecendo investimentos em empresas com alto crescimento. Já na recessão, os preços caem, mas podem representar oportunidades para comprar ativos com bons fundamentos a preços baixos.
Como se proteger dos ciclos de mercado?
Para minimizar o impacto das oscilações do mercado, uma estratégia muito usada é a diversificação do seu portfólio. O objetivo dessa prática é equilibrar os riscos da sua carteira ao investir em diferentes setores, classes de investimento, posição geográfica etc.
Entretanto, saiba que, para a diversificação ser efetiva, os ativos precisam ser descorrelacionados ou apresentar correlação negativa. Se você optar por alternativas com características similares, que respondem da mesma forma ao cenário econômico, por exemplo, não há equilíbrio dos riscos.
Outra boa prática para se proteger dos ciclos de mercado e aproveitar eventuais oportunidades é investir com foco no longo prazo. Quando seu horizonte de resultados é mais longo, você tem mais chances de minimizar os impactos da volatilidade de curto prazo no seu portfólio.
Neste artigo, você viu quais são exemplos de setores da economia brasileira que mais costumam atrair investidores e como eles funcionam. Aproveite esse conhecimento para estudar mais sobre eles e ver se o investimento faz sentido para você.
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