Investimentos no agronegócio: dados do mercado de CRAs e FIAgros

Mantenha-se atualizado sobre o agronegócio e tome decisões mais bem informadas sobre investimentos no setor e captação no mercado de capitais!

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Acompanhar os movimentos do mercado é fundamental para quem deseja bons resultados em investimentos no agronegócio. Em um setor dinâmico como esse, cada mudança pode gerar impactos relevantes — tanto para quem investe quanto para quem produz. 

Por isso, manter-se atualizado sobre as oportunidades e os riscos ajuda a tomar decisões mais estratégicas e alinhadas com seus objetivos. Nesse sentido, vale a pena conhecer os dados e as expectativas para o segundo semestre de 2025 sobre o mercado de capitais ligado ao agro.

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Crédito rural privado exige atenção

A Medida Provisória nº 1.303, que foi publicada em junho de 2025, trouxe uma mudança relevante no financiamento do agronegócio. A proposta prevê a cobrança de 5% de Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos de instrumentos que, até então, eram isentos, como os CRAs.

Essa alteração ocorre em um cenário em que o crédito privado ocupa papel de destaque no setor. Em 2025, o financiamento privado alcançou R$ 1,27 trilhão, quase o dobro do volume destinado ao crédito público via Plano Safra 25/26, que somou R$ 516 bilhões

Vale lembrar que, caso a tributação seja aprovada sem modificações, ela só entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026. Por isso, quem pretende investir ou captar recursos por meio do mercado de capitais pode aproveitar as condições de isenção tributária até o final de 2025, caso a opção seja adequada aos seus objetivos.

Mesmo sob pressão, cenário de Fiagros apresenta oportunidades

A alta da inadimplência no crédito rural no início de 2025 afetou o desempenho do Banco do Brasil. A instituição registrou uma queda de 20,7% no lucro ajustado no primeiro trimestre, totalizando R$ 7,37 bilhões. 

A inadimplência nessas operações subiu de 1,19% para 3,04%, forçando o banco a ampliar as provisões para perdas de R$ 3 bilhões para R$ 5,2 bilhões. Esse movimento também pressionou os Fiagros, principalmente os que investem em emissores de maior risco.

Apesar do impacto, o mercado não projeta risco sistêmico. Isso porque muitas operações seguem lastreadas por garantias reais, como imóveis e máquinas, o que tende a proporcionar mais segurança mesmo diante de inadimplência pontual. 

A reação do mercado aponta sinais de recuperação. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) mostram que, no primeiro trimestre de 2025, foram realizadas 11 ofertas de Fiagros, totalizando R$ 1,6 bilhão.

Esse número representa aumento expressivo em relação aos R$ 427 milhões do mesmo período do ano anterior. Mesmo com incertezas no horizonte, como a proposta de acabar com a isenção de IR para novas emissões de títulos ligados ao agro a partir de 2026, o setor continua atraente.

Crédito público limitado aumenta a procura por alternativas

As limitações orçamentárias do crédito público têm se tornado um desafio recorrente para o agronegócio brasileiro. O Plano Safra, que é o principal instrumento de financiamento rural com recursos públicos, direciona cada vez mais verbas para a agricultura familiar.

Ao mesmo tempo, ele está reduzindo o espaço para médios e grandes produtores. Para a safra 2025/2026, o orçamento, como visto, é de R$ 516 bilhões. Trata-se de um aumento de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior, mas está abaixo do que o setor necessita para a sua atividade.

Esse cenário tem impulsionado a busca por alternativas no mercado privado. Com menor acesso aos recursos do crédito público, produtores de maior porte costumam recorrer a instrumentos estruturados, como CRAs e Fiagros para financiar suas operações com condições melhores.

Crescimento do agronegócio impulsiona fundos de direitos creditórios

O agronegócio brasileiro voltou a se destacar no cenário econômico, apresentando um crescimento de 12,2% no primeiro trimestre de 2025. Esse desempenho foi impulsionado principalmente pela supersafra de soja e pelo aumento da produtividade.

O setor contribuiu para a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, que registrou alta de 1,4% no trimestre e 2,9% na comparação anual. Diante desse avanço, crescem as discussões sobre como ampliar o financiamento do agro e, ao mesmo tempo, abrir novas possibilidades de investimento.

Nesse contexto, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) podem ganhar espaço como instrumento de crédito estruturado voltado às necessidades do campo. Assim, a modalidade Fiagro-FIDC tem se consolidado como ponte entre produtores e investidores.

De acordo com a ANBIMA, o patrimônio líquido dos Fiagros cresceu 204% desde março de 2023, alcançando R$ 47,7 bilhões em 2025. Quase metade desse montante está concentrada em estruturas de FIDC. 

Somadas aos FIDCs, alternativas como os CRAs tendem a atrair o interesse de investidores. Nesse cenário, pode ser interessante ter um olhar mais atento a eles.

Agro cresce, mesmo com juros altos e corte em políticas públicas

Além dos resultados mencionados, as projeções para o agronegócio brasileiro consolidam a sua importância na economia nacional. A expectativa para fechamento em 2025 é de uma safra de grãos superior a 330 milhões de toneladas.

Ao mesmo tempo, você viu que o ambiente de políticas públicas impõe certos desafios que merecem atenção, principalmente do ponto de vista de financiamento e previsibilidade. A taxa básica de juros (Selic), que em agosto estava em 15%, ainda influencia o crédito de médio e longo prazo.

Esse fator tende a afetar o ritmo de investimento. Ademais, a possibilidade de cobrar IR sobre CRAs e Fiagros pode gerar distorções no mercado de financiamento agrícola, exigindo reavaliações estratégicas por quem atua ou investe no setor. 

Neste artigo, você conferiu dados do mercado de CRAs e Fiagros em 2025, que ajudam a entender melhor o panorama dos investimentos no agronegócio. Agora, vale aproveitar as informações para tomar decisões mais conscientes sobre captação de crédito e aplicações financeiras.

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Autor

Data

24 setembro 2025

Categoria

Securitizadora