Internacionalizar o patrimônio costuma ser uma estratégia vantajosa para quem busca ampliar o potencial de retorno dos seus investimentos e proteger a carteira. Entretanto, muitas vezes, o investidor brasileiro deixa de olhar para o mercado global.
Há diferentes razões que podem contribuir para esse foco no ambiente nacional. No entanto, é possível que essa realidade esteja passando por mudanças e, cada vez mais, os brasileiros se tornem investidores internacionais.
Para entender melhor o assunto, acompanhe a leitura deste conteúdo e veja por que os brasileiros não olham tanto para fora!
Qual é o cenário do mercado financeiro no Brasil?
Apesar da grande população, o mercado financeiro no Brasil pode ser visto como pequeno. Para ter uma dimensão dos números, com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, apenas 5,4 milhões de pessoas físicas investiam em renda variável no 2º trimestre de 2025.
Mesmo o número sendo pequeno, ele representa um aumento de 5% em relação ao mesmo período em 2024. Os dados são da pesquisa “Uma análise da evolução dos investidores na B3”, da bolsa de valores brasileira, a B3.
Em relação à faixa etária, 48% dos investidores de renda variável tinham entre 25 e 39 anos. Já na renda fixa, o cenário é diferente. Também no 2º trimestre de 2025, o total de investidores pessoa física superou 100 milhões — aumentando 20% em um ano.
Outro número que chama atenção é o de empresas de capital aberto listadas na bolsa. Em 2025, havia pouco mais de 400 empresas com ações disponíveis para negociação na B3. Além disso, não houve nenhuma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) entre 2022 e 2025.
Em contrapartida, o mercado de ações nos Estados Unidos é consideravelmente maior. A Nasdaq, por exemplo, contava com mais de 4 mil companhias. A bolsa de valores de Nova York (NYSE), por sua vez, tinha mais de 2.400.
Além da quantidade de ativos, mais de 60% dos norte-americanos eram donos de ações em 2025. Com os números, é possível perceber que o mercado financeiro dos EUA é mais desenvolvido que o brasileiro, mas há uma margem significativa para expansão no Brasil.
Qual é o perfil do investidor brasileiro?
Como você viu, a maioria dos brasileiros busca aplicações de baixo risco e retorno previsível. Afinal, o percentual de pessoas que aplicam recursos em renda fixa é consideravelmente maior do que a quantidade de investidores de renda variável.
Diferentes razões podem ter contribuído para essa realidade. Uma delas foi o cenário de hiperinflação que impactou o país entre os anos de 1980 e 1990. Há chance de a insegurança financeira ter exercido influência no menor apetite ao risco de investidores.
Adicionalmente, o cenário de juros altos — frequente no país — costuma ser um fator atrativo para a renda fixa. Isso acontece porque muitas aplicações da classe são indexadas pela Selic — taxa básica de juros da economia brasileira — e pelo Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
Desse modo, boa parcela dos investidores, especialmente os de varejo, mantém parte do patrimônio em títulos do Tesouro Direto, Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e outras aplicações previsíveis. Especialmente em cenários de juros altos, elas oferecem rentabilidade com baixo risco.
Por que o investidor brasileiro olha pouco para fora?
Além do mercado interno, o brasileiro tem a tendência de olhar pouco para investimentos fora do país. De acordo com dados da Receita Federal, cerca de 800 mil declararam ter bens no exterior em 2023.
Desse total, quase 50% investem em ações. Assim, apesar do avanço da educação financeira e da popularização de plataformas que permitem o acesso a ativos globais, o Brasil segue com baixa participação em investimentos internacionais.
Contudo, há uma crescente nesse número. Os 800 mil de 2023 representam um aumento de mais de 200% em relação aos 263 mil brasileiros que declararam bens no exterior em 2018.
Quais são as vantagens de diversificar internacionalmente?
Mesmo que o brasileiro tenha uma tendência a olhar pouco para o exterior, a diversificação internacional pode trazer vantagens para o planejamento financeiro. Um dos principais benefícios é o equilíbrio de riscos da carteira de investimento.
Isso ocorre porque, ao investir em ativos atrelados ao dólar, por exemplo, o investidor pode se beneficiar da proteção cambial. Em momentos de desvalorização do real, esses ativos tendem a se valorizar, funcionando como uma espécie de “seguro natural” para o portfólio.
Além disso, o Brasil é uma economia emergente, sujeita a maior volatilidade quando comparada a países desenvolvidos, como os Estados Unidos. Já o dólar americano é reconhecido globalmente como moeda de reserva de valor.
Assim, em cenários de instabilidade, é comum que a demanda pela moeda aumente — o que pode elevar seu preço em relação ao real.
Outra vantagem da diversificação internacional é o acesso a setores econômicos e mercados pouco representados no Brasil. Isso amplia o horizonte de oportunidades e contribui para uma carteira mais equilibrada e com potencial de melhores retornos ao longo do tempo.
Como investir no exterior com proteção cambial?
Investir em ativos globais não significa, necessariamente, ficar exposto às oscilações do dólar. O mercado oferece alternativas que permitem acessar ativos no exterior com diferentes níveis de proteção cambial, de forma prática e regulada.
Por exemplo, a bolsa de valores brasileira disponibiliza Brazilian Depositary Receipts (BDRs). Eles são certificados lastreados em ativos internacionais, que podem representar tanto investimentos de renda fixa quanto de renda variável.
Também há Exchange Traded Funds (ETFs) que acompanham índices estrangeiros e os Fundos Internacionais, que investem em ativos dolarizados. Essas estratégias permitem dolarizar parte da carteira sem precisar realizar operações diretas de câmbio.
Outra possibilidade é o investimento direto no exterior, podendo ocorrer a partir do envio de recursos do Brasil para outro país ou acesso a investimentos usando uma conta internacional.
No caso da Octante, atuamos na estruturação de fundos e operações que conectam investidores brasileiros ao mercado global, com diferentes graus de proteção cambial e retorno esperado. Trabalhamos de forma independente, seguindo padrões rigorosos de governança, gestão de risco e conformidade regulatória.
Nesta leitura, você entendeu por que o investidor brasileiro ainda olha pouco para o mercado estrangeiro. Porém, essa realidade está mudando e há mais possibilidades para internacionalizar a carteira.
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